As árvores nos ensinam

As árvores nos ensinam

As árvores nos ensinam

As árvores são fantásticas. Elas equilibram o planeta e nascem das entranhas da mãe Terra, extraindo nutrientes e água para viver, crescer e gerar vidas. Constantemente em luta contra a força gravitacional, as árvores têm como foco o contínuo crescimento e se orientam pelo sol que lhes dá força e lhes mostra o caminho.

As tribos e civilizações cresceram utilizando as árvores como fonte de abrigo, de matéria-prima e como fornecedora de frutos. E são muitos os frutos que uma árvore pode produzir.

Algumas culturas atribuíram alma às árvores, devido a sua importância e representação para os humanos. Dessa forma, chegaram a compará-la ao Homem.

As árvores formam matas que funcionam harmoniosamente e viabilizam vários ecossistemas ao promover a firmeza do solo. Oferecem abrigo para milhões de espécies vegetais e animais e atuam também no fornecimento de alimentos. As matas, em seu conjunto, promovem a respiração e a manutenção do oxigênio no planeta.

Em seu aspecto botânico, ela possui um sistema energético especial: suas raízes buscam os nutrientes para serem distribuídos pela vascularização dos troncos e galhos (seiva bruta); suas folhas captam luminosidade e calor do sol e, com a fotossíntese, a energia espalha-se para todos os galhos (seiva elaborada).

O crescimento longitudinal da planta é contínuo e orientado pelo sol e, por possuir vários galhos, sua energia se dispersa, retardando o crescimento dos frutos e comprometendo seu vigor.

Sabendo disso, o homem poda esta árvore geralmente no final do inverno para que na primavera e no verão haja maior crescimento da planta e maior produção de frutos. A poda consiste na remoção dos galhos mais velhos e antigos. Ao efetuá-la, a planta sofre e tem de passar por um período de cicatrização no local em que os cortes foram feitos para a remoção dos galhos. Mas logo em seguida, as raízes concentram os nutrientes e dedicam sua força aos galhos que irão produzir frutos, simultaneamente, retomando também seu crescimento vertical.

Com a poda, a árvore se renova e retoma o foco em seu propósito de vida, reunindo todas as suas forças e energias disponíveis para esse vigoroso crescimento.

Não é somente a ação mecânica do homem que poda uma árvore, mas também outros desafios pelos quais ela passa: vento, invernos (frio e baixa luminosidade), escassez de água em períodos secos e competição com outras plantas. Tais ocorrências fazem com que a planta seja podada naturalmente. Em seu tronco, as marcas dos desafios enfrentados por ela ficam gravadas, mas cada poda dá a ela impulso e renovação de vida, gerando assim mais crescimento e vitalidade para que ela produza sob o olhar do sol os mais belos frutos.

No reino animal, de forma análoga, a mente humana segue o ciclo físico da árvore. O constante crescimento e a vontade de estar sempre melhorando de condição são impulsionados desde o nascimento pelas podas dos pais, da sociedade e das situações da vida. Este fato desmonta as fantasias humanas num severo choque de realidade. As frustrações recebidas pelas podas são encharcadas com sentimentos, mas diferentemente das plantas, o ser humano as retém em memórias desagradáveis e é por este motivo que o crescimento segue de forma lenta em pensamentos e ações, pois mantém a vida e a energia presas naquelas memórias. Ao aceitar a remoção dos galhos e tornar-se grato às dolorosas podas, há um natural restabelecimento da energia e do foco e, como nas árvores, isso será vigoroso e frondoso. O prazer de frutificar será energeticamente incondicional.

As podas são um grande ato de amor. E é somente através delas que obtemos energia disponível para conseguirmos os tão queridos frutos.

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