A vida está do lado de fora da “Zona de Conforto”

A vida está do lado de fora da “Zona de Conforto”

A vida está do lado de fora da “Zona de Conforto”

A palavra “Conforto” é uma ótima forma de descrever o bem-estar ambiental ou emocional de um ser. A “busca pelo conforto” é uma característica da natureza humana e um dos objetivos que tem sido perseguido por gerações há milhares de anos. Quando idealizamos nossa permanência no estado “zona de conforto” é preciso termos cautela, pois isso pode tornar-se fator impeditivo ao nosso crescimento pessoal.

Após a execução completa de um trabalho ou após a passagem por momentos de estresse, é importante termos momentos de conforto para recarregarmos as energias, pois isso celebra a vida e nos prepara para mais um momento de esforço em meio aos novos desafios. Um almoço em família, um passeio agradável e um dia de folga são tão importantes quanto as horas de trabalho ou de esforço para que se favoreça a conquista dos objetivos estabelecidos.

Pode-se fazer uma analogia com o ato de respirar profundamente após uma corrida curta e intensa. O organismo foca todas as suas energias para o momento de força e estresse, a fim de que consigamos executar um ótimo trabalho e, logo após, o relaxa, colocando ordem em todas as alterações metabólicas, trazendo equilíbrio e conforto ao organismo.

Nossos ancestrais fugiam de leões, atacavam alces, levantavam grandes pedras e nessas corridas em prol da vida, a morte era sempre um fator eminente. Em situações como essas, o cérebro libera adrenalina e prepara o organismo para grandes esforços associados a trabalhos com os quais muitas vezes não estávamos familiarizados. Nesse preparo existia uma mudança hormonal e metabólica, generalizada e rápida, que desligava alguns órgãos e superpotencializava outros como o cérebro, o coração e os músculos, provocando a aceleração dos batimentos cardíacos e o superaquecimento corporal. Era preciso performar um trabalho eficiente e de excelência, pois o organismo não conseguiria manter-se nesse estado por um tempo prolongado. Ao término da tarefa, o organismo precisava voltar para a zona de conforto, trazendo a temperatura corpórea a níveis aceitáveis e ajustando o metabolismo. Nesse momento, a serotonina e a dopamina se espalhavam no corpo e promoviam sensações de prazer e bem-estar: um alívio, uma alegria, mais um impulso de vida. Seja através da aquisição do alimento ou de uma vitória, o momento era da celebração de uma conquista.

O útero materno é uma grande zona de conforto e é experimentado pela presença de muitos fatores percebidos, tais como: a calma, o equilíbrio e a segurança. Mas ao atingir certo tamanho e idade, o desconforto motiva o bebê a romper as barreiras de um mundo conhecido em direção ao desconhecido através de uma enorme força de vida que gera crescimento. No cenário atual, o desconforto desde sempre está presente em nosso cotidiano e é ele que promove mais vida, por ser uma poderosa força motriz às soluções de problemas. O desconforto é gerador de ações inovadoras, repletas de criatividade e de coragem; logo, torna-se necessário romper o conforto desse local seguro e familiar, para que haja crescimento pessoal e social.

Permanecer na zona de conforto faz com que estejamos num estado contínuo de satisfação e segurança, no qual os prazeres ficam sem força e podem perder sentido. Simbolicamente, é como se estivéssemos à procura do estado gestacional, mesmo que já estejamos numa outra fase da vida. Pode-se dizer que esta é uma característica humana: ficar parado no mesmo lugar o maior tempo possível, permanecendo praticamente imóvel. Afinal, isso parece ser mais seguro, mesmo quando estamos diante de uma situação de sofrimento, pois até mesmo uma dor parece ser algo mais fácil de lidarmos quando nos é familiar. Ao mudar essa situação, sair da caixa, fazer algo inesperado, romper uma barreira, invariavelmente consideramos que outras dores possam estar a nossa espera e que as chances de serem ainda piores acabam por favorecer a manutenção do “status quo”.

Ao escolhermos uma estrada já viajada, e isso não parece tão ruim, podemos incorrer num vício que pouco a pouco nos domina e vai nos matando, nem que seja somente internamente, de forma semelhante a um veneno administrado diariamente em pequenas doses. Mas quando finalmente conseguimos mudar, percebemos que o desconforto é somente uma mola para a descoberta de novos mundos e horizontes, trazendo à tona a constatação de que ao término de cada ciclo, existe uma porta para uma nova oportunidade. Assim, esta característica da humanidade que busca conforto, pode ser ajustada e compreendida como um trampolim, por meio do qual somos impulsionados para uma vida cheia de conquistas gratificantes.

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A vida está do lado de fora da “Zona de Conforto”2021-04-01T13:28:47-03:00
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